quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Júpiter 1901

Nasci no ano em que se descobriu a Grande Perturbação de Júpiter.
Minha Mãe não deu por nada, meu Pai não era astrónomo,
Mas houve lá em casa uma grande perturbação na água do banho,
Que meu Pai, músico, acompanhava regulando encantado o seu
metrónomo.
E Júpiter, assim mimado, com pai por ele, saiu poeta,
Com seus doze satélites, quatro deles principais:
Serafina, Lourdes, Lídia, Isaura,
A Primeira Grande Perturbação de Júpiter
No ano em que nasci.
Elas em roda da banheira,
Meu Pai tocando flauta
(Serpentes? no ninho em mim)
E um céu de vapor de água,
Difracção de satélites...
Júpiter! Júpiter!
Tu és o Toiro de fumo
Que nunca terás Europa.

VITORINO NEMÉSIO

Nasceu na Praia da Vitória, ilha Terceira, em 1901.
A sua vida não lhe correu bem em termos de sucesso escolar, pois passou por vários problemas estudantis, tal como a expulsão do Liceu de Angra, a reprovação do 5.º ano que o levou a sentir-se incompreendido pelos professores.
Com 16 anos de idade, Vitorino Nemésio, desembarcou pela primeira vez na cidade da Horta para se apresentar a exames, como aluno externo do Liceu Nacional da Horta. Nemésio acabou por concluir o Curso Geral dos Liceus, no dia 16 de Julho de 1918, com a qualificação de dez valores.
A sua estadia na cidade da Horta foi desde Maio a Agosto de 1918. A 13 de Agosto o jornal O Telégrafo dava notícia de que Nemésio, apesar de ser um fedelho, um ano antes de chegar à Horta, havia enviado um exemplar de Canto Matinal, o seu primeiro livro de poesia (publicado em 1916), ao director de O Telégrafo, Manuel Emídio.(…)
Vitorino Nemésio foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido em 1965, o Prémio Nacional da Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne.
Faleceu a 20 de Fevereiro de 1978, em Lisboa, no Hospital da CUF, e foi sepultado em Coimbra. Pouco antes de morrer, Nemésio pediu ao filho para ser sepultado no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra.
Mas pediu mais: que os sinos tocassem o Aleluia em vez do dobre a finados. O seu pedido foi respeitado.

In Wikipedia

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante, este artigo. Leva-me a pensar qual terá sido o motivo da sua expulsão do Liceu de Angra... E se fosse no sistema de ensino de hoje?

Carlos Faria disse...

Já não me lembrava em que data morrera este grande homem das letras portuguesas e dos açores que, tal como eu, também ficou marcado pelo Faial e nasceu no dia de São Nemésio. coincidências de que me orgulho.