AFIRMAR OS AÇORES COMO DESTINO DE CRUZEIROS
Analisar possíveis áreas de interesse comum, nomeadamente a entrada dos Açores nas escalas de diversos cruzeiros realizados pela MSC Cruzeiros, uma das maiores empresas europeias do ramo.
Este foi o principal objectivo de uma reunião realizada hoje entre responsáveis daquela empresa e o secretário regional da Economia.
No encontro, que se realizou em Ponta Delgada, Vasco Cordeiro transmitiu ao responsáveis pela MSC Cruzeiros, o trabalho que tem vindo a ser realizado pelo Governo dos Açores no sentido de dotar a Região das infra-estruturas necessárias para que esta se possa afirmar como uma referência no sector.
Disso exemplo, é o Terminal das Portas do Mar, das obras que estão a decorrer na frente marítima da cidade da Horta ou a criação futura de um cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo.
O secretário Regional da Economia inseriu estes investimentos na estratégia que tem vindo a ser desenvolvida para o mar, nomeadamente através da criação de condições para que se possa potenciar os Açores como destino quer para cruzeiros de grande porte, quer com a realização de cruzeiros temáticos no Arquipélago.
In Jornal Diario
Terminais de Cruzeiros: porquê a polémica?

Digo, também, inimaginável porque os Açores nunca foram, não são e nunca serão, em si mesmos, um destino para o turismo de cruzeiros, no sentido em que o termo tem sido utilizado nesta discussão mas, apenas e só, de quando em vez, um mero ponto de passagem.
É certo que temos espaço, privilegiado, para os cruzeiros de natureza efectuados com navios de médio porte e em estreita conjugação com o transporte aéreo.
Os grandes navios de cruzeiros, em regra, só por aqui passam em viagens de posicionamento de início e fim de época e se, nos últimos anos, cresceram em número foi apenas e só porque, com os descontos efectuados nas taxas portuárias, somos nós que estamos a pagar para eles cá virem.
Admito que para eles seja bom negócio. Porém, para a Região não é certamente.
Melhor fora que viessem menos e pagassem.
Não contesto as Portas do Mar, cais acostável, já que, por razões de segurança, era imperioso separar os passageiros da carga e desde sempre defendi que, na Terceira, o tráfego marítimo de passageiros deve ser efectuado a partir de Angra do Heroísmo, fazendo-se para tal as obras necessárias.
Contudo, o que é que ganham ou ganharão os Açores e os açorianos com as sobredimensionadas Portas do Mar, com o terminal norte do porto da Horta ou com um terminal de cruzeiros em Angra do Heroísmo?
Alguns dos melhores destinos mundiais de turismo de cruzeiros não têm e não querem ter terminais acostáveis.
E, o que pensarão aqueles açorianos que nem "porto" têm?