terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Hibernação

No passado dia dez de janeiro, o Basalto fez quatro anos de existência. Nascido em plena época de euforia blogística, altura em que ingenuamente supunha que esta actividade poderia contribuir para um qualquer debate, o blog atravessou algumas campanhas eleitorais, tais como as eleições regionais, para o parlamento europeu e autárquicas.

Sempre se bateu para que o Pico, e mais propriamente o concelho das Lajes, fossem alvo de debate e de propostas de desenvolvimento, porque defendemos um desenvolvimento harmónico da região.

Assim, esforçamo-nos por apoiar propostas de desenvolvimento que nos pareceram válidas, independentemente da cor partidária de onde vinham. E sempre nos opusemos a propostas que nos pareceram penalizadoras da nossa ilha, viessem elas de onde viessem.

Tal como há quatro anos, continuo a achar que é necessário maior debate de propostas. Na blogosfera ou imprensa, (who cares?) se tivermos como objectivo a aproximação ao nível de desenvolvimento das ilhas com a nossa dimensão. O que nos impede de ter o mesmo peso político que o Faial estará no nosso deficit de massa crítica.

À nossa maneira, igneamente, o basalto da nossa ilha é uma rocha ígnea, fomos debatendo temas. Sem nunca deixar de estar apaixonado por vulcões, origem da ilha, casteletes, diz a adivinha que o Pico têm três irmãos que não nunca se viram nem nunca se virão, e deltas lávicos, com especial enfoque para as Lajes que é um delta ou fajã lávica.

Chamando a atenção para o despovoamento da ilha, penso ser necessário que o Pico se volte para as pescas, para a produção de vinhos, frutas, legumes e para o turismo.

O Estado deve ter aqui um papel dinamizador, sem contudo substituir ou concorrer com a iniciativa privada.

Relativamente ao ensino, considero que o concelho merece uma escola secundária com instalações de excelência, ao nível das outras escolas dos Açores. Quer esta se localize na Rua de Baixo, ou na Rua de Cima, pois as distâncias em questão são insignificantes. Por mim, preferiria que a construíssem na Rua Nova…

Um novo ciclo eleitoral se inicia este ano.

Conscientes da visão distanciada da ilha revisitada apenas no verão, resistiremos desta vez a emitir opinião. Talvez assim contribuamos para o despontar de novas opiniões e raciocínios. Pois achamos imperioso o surgimento de opiniões arejadas, assim como de maneiras diferentes de abordar velhos e novos problemas.

Além disso, reconheço que está a faltar-me tempo para outros hobbies, nomeadamente a vela e a leitura de clássicos, para além dos afazeres familiares e profissionais. Para emitir opinião fundamentada, ou lá o que isso é, são necessárias horas de leitura e cruzamento de variadas fontes de informação.

Assim, decidi interromper a actividade blogistica e só a retomarei se entretanto acontecer algo muito improvável, como o Pico dispor de uma maternidade. Ou então o Sporting ganhar o campeonato.

Contudo, seria bom que se avaliasse serenamente o cumprimento nos últimos quatro anos de governação regional das promessas eleitorais para o Pico.

Com esta proposta de avaliação, não pretendo ser incómodo para ninguém, como na verdade nunca o fui. Ou se o fui nunca dei por isso, para além de alguma má cara que me tenham mostrado. Ossos do ofício.

Naturalmente que me estou a referir à sra Merkel que ainda por cima não pára de telefonar cá para casa, proferindo sempre num tom ameaçador: - Paulo, cala a boca!

É claro que ela diz isto na língua dela, pois não sabe falar como a gente.

Relativamente à oposição, faço votos para que não só continue a criticar, como lhe compete, mas também que se comprometa na apresentação de propostas verosímeis para o Pico.

Continuo a achar, pelas razões apresentadas noutros posts, que seria importante a ilha ter representantes de três orientações políticas diferentes. E a nova representação que reúne mais condições para ser eleita é a do PP, cabendo-lhe então apresentar uma candidatura credível. Afirmo isto por pura estratégia, até porque nunca votei à direita do PSD.

Enfim, com mais ou menos palpite, ou com mais ou menos exercício meramente académico, ficamos a aguardar, desejando com sinceridade que as campanhas sejam animadas e, sobretudo, esclarecedoras.