quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Idiotas uteis

(...)acho que deviam lutar contra os sentidos da abstenção que ameaça dar sentido à cidadania ou à falta dela.

M Tomás in Ilha Maior de 8 de Agosto de 2008
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O rato Mickey e o pato Donaldo seriam eleitos em muitos círculos eleitorais, se fossem cabeças de lista pelos dois maiores partidos, suspeito. O mesmo não aconteceria se tivéssemos círculos uninominais.

Julgo ser desnecessário afirmar que tenho o máximo respeito e consideração por todos estes personagens. Tanto os de carne e osso, como os de banda desenhada.

Não, não se trata de respeito, estima ou consideração. É outro, o assunto que pretendo aqui tratar.

Gostaria, isso sim, que vivêssemos em plena democracia participativa. Que houvesse uma maior aproximação entre eleitores e eleitos.
Que, sobre a nossa ilha, houvesse uma livre discussão de ideias, incidindo-se na Desertificação Humana, Saúde, Educação, Turismo, Lavoura, Pescas, Cultura, Desporto, Infância, Terceira Idade, etc...

Obviamente, que aqueles que apresentassem as melhores soluções para o Pico, seriam os candidatos naturais a encabeçar as listas de deputados pelo nosso círculo eleitoral. Enfim, seriam os mais aptos para nos representarem no parlamento.

Claro que seria obrigatório, envolver todos os militantes partidários e independentes nesta discussão. A qual culminaria com um escrutínio, dentro dos partidos, no qual se apuraria os candidatos à Assembleia Regional.
Ou seja, escolheríamos os nossos candidatos parlamentares da mesma forma que escolhemos o líder partidário.

Pois achamos que o actual processo de seriação dos candidatos, concentrando a decisão em alguns decanos iluminados, é castrador, pouco transparente e contribui para o afastamento dos eleitores.

Será mesmo um processo contraproducente, pois, suspeito haver uma tendência natural do establishment para valorizar mais a docilidade e subserviência, em vez de uma saudável irreverência.
Na verdade, quando possível, o poder adora rodear-se de idiotas úteis.

Consequentemente, não será de estranhar que nas próximas eleições de Outubro, volte a ganhar o partido da abstenção. O PS ou PSD serão segundas escolhas.
Isto, apesar dos candidatos, do sr presidente, ou mesmo do sr padre, apelarem insistentemente ao voto. Não votar, para alguns, será uma falta de civismo, ou talvez mesmo um pecado.

Mas será chover no molhado, pois como não se promoveu o envolvimento dos cidadãos, será inevitável uma elevada taxa de abstenção em Outubro próximo.

Contudo, se pensarmos como os mecânicos, que o material tem sempre razão, então talvez estejamos a tempo de evitarmos mais desastres futuros.

Bastará fazer um mea culpa, mudar regras e, logicamente, caminhar para as listas uninominais.
Será uma atitude que envolve algum risco e muita coragem, assim como, responsabilidade, desprendimento e determinação.
Mas a alternativa será continuar a culpar, hipocritamente, a atónita população que muito já deu neste peditório. E sempre pouco recebeu.

Para não nos continuarmos a interrogar, a cada acto eleitoral que passa, se, afinal, os verdadeiros idiotas úteis não serão todos os eleitores, uma vez que, nunca são tidos nem achados neste processo e são chamados, unicamente, a dar o seu aval a escolhas que, provavelmente, nunca teriam efectuado.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

sábado, 23 de agosto de 2008

Semana dos Baleeiros 2008 - Lajes do Pico


» PROGRAMA DESPORTIVO

REGATAS EM BOTES BALEEIROS:
LAGOA
Optimist Jogos Baleeiros Natação Triatlo Canoagem Pólo Aquático

PARQUE DE CAMPISMO
Voleibol de Praia

CAMPO MUNICIPAL DE JOGOS
Torneios de Futebol

VÁRIOS LOCAIS
Pesca Desportiva de Costa


» ANIMAÇÃO

AVENIDA DOS BALEEIROS
Insulândia - Insufláveis, pintura facial e modelagem de balões...
Especialmente para crianças… mas não só!

BIBLIOTECA MUNICIPAL
Actividades – leitura, expressão plástica, fantoches


» EXPOSIÇÕES

CENTRO DE ARTES E DE CIÊNCIAS DO MAR
Gigantes do Mar (multimédia): todos os dias, das 10 às 19 horas

GALERIA MUNICIPAL
detalhar, fotografia de Francisco Piqueiro: todos os dias, das 9.30 às 21 horas

ESCOLA DO 1º CICLO DAS LAJES DO PICO
Exposições da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens das Lajes do Pico e da Associação Raríssimas

» LIVROS

FORTE DE SANTA CATARINA e
CENTRO DE ARTES E DE CIÊNCIAS DO MAR
Feira do Livro (descontos de 10 a 50%)

CENTRO DE ARTES E DE CIÊNCIAS DO MAR
Lançamento do livro Raiz de Pedra, de Cisaltina Martins, Sexta-feira 29, 20.30 horas.


» CINEMA

O PATINHO FEIO E EU
de Michael Hegner e Karsten Kiilerich


ASTERIX E OS JOGOS OLÍMPICOS
de Frederic Forestier e Thomas Langmann

» MÚSICA

ATLAS
Projecto musical nascido em São Mateus do Pico, em 1990.

FILARMÓNICA RECREIO UNIÃO PRAINHENSE
A Filarmónica da SRUP foi fundada em 1934.

BANDARRA
O rock, o fado, country, reggae, ska, dixie, pop, folk, afro, foram caindo dentro da nossa panela de sabores. De seguida mexemo-los com os sons do bandolim, ukulele (ou cavaquinho), viola-da-terra, guitarra semi-acústica, guitarra eléctrica, harmónica, acordeão e percussões auxiliares várias.


BRUNO ÁVILA
As suas músicas reflectem uma vida de peripécias vividas entre o misticismo das ilhas de bruma e a caótica cidade de Lisboa.

SLIMMY

"Depois de ouvir Slimmy falar, percebemos: autoconfiança, força de vontade, persistência. É uma espécie de Mourinho do rock português (…)” (Revista Visão)

GRUPO CORAL DAS LAJES DO PICO
O Grupo Coral das Lajes do Pico está há 25 anos estreitamente associado às festividades da Semana dos Baleeiros: há 25 anos, nas festas de Lourdes de 1983, nasceu o Coral das Lajes.

ORQUESTRA SINFÓNICA JUVENIL
Fundada em 1973, a OSJ é uma instituição fundamental no nosso panorama músico-pedagógico.

PEDRO MOUTINHO
O fado é muito natural em Pedro Moutinho que provém de uma família de fadistas. E a sua voz brilha muito! Foi Prémio Amália Rodrigues 2008 (Melhor Álbum).

ZECA MEDEIROS
“O Zeca é um pássaro. Ele canta, encanta, inventa e reinventa, sem nunca cansar quem o ouve – e que o vê. Porque ver o Zeca é tão importante como ouvi-lo. (…) É uma grande honra para as Lajes do Pico voltar a ter Zeca Medeiros na Semana dos Baleeiros!

RANCHO FOLCLÓRICO DE CANELAS
Grupo da Região do Douro Litoral fundado em 1980.

NOVA DINASTIA
A banda assume-se nos estilos pop-punk/rock/punk-rock, tendo como principais referências, Blink 182, Simple Plan, Green Day e Good Charlotte.

FILARMÓNICAS DO CONCELHO
Filarmónica de Educação Recreio e Beneficência União Ribeirense Filarmónica Liberdade Lajense Filarmónica Lira Fraternal Calhetense Filarmónica Recreio dos Pastores Filarmónica Recreio Ribeirense Filarmónica União Musical da Piedade

FILARMÓNICAS CONVIDADAS
Filarmónica União e Progresso Madalense Filarmónica Lira de São Mateus

Espectáculos diários no largo Edmundo Machado Ávila (Cruzeiro).
As Filarmónicas são uma importante forma da cultura popular picoense e em geral dos Açores. Na Semana dos Baleeiros têm sempre um lugar de honra. Quem gosta de ouvir a sua música não arreda pé!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

ARTE POÉTICA

Imagem retirada da net

Dentro de cada imagem há outra imagem
e a terra treme ainda que não trema
e até mesmo o silêncio é linguagem
e as pedras são as pedras do poema

No ar que se respira há um perfume
e a terra é como uma página já escrita
onde a palavra pulsa e me reúne
para dizer a ilha nunca dita

Sabe a primeira vez e a nunca visto
eu olho e não resisto à tentação
há música no ar e o Pico é isto
um poema que está feito e eu passo à mão

Manuel Alegre in Pico, Círculo de Amigos do Pico, 1998.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Circuito virtual às ilhas do triângulo – Açores

Foto retirada de airpico

1º dia
Viaje directamente para o Pico, a partir de Lisboa.
Para conseguir lugar no voo, insista com a menina da TAP, pois ela dir-lhe-á que o voo já está esgotado. Como constatará, afinal, é uma mentira bem intencionada, pois ela apenas pretende seleccionar os passageiros mais persistentes, enfim, os verdadeiros amantes do Pico.
Dirija-se, depois, às Lajes do Pico e fique alojado, na Residencial Bela Vista, por exemplo. Aproveite o resto do dia para comprar artesanato e desfrutar das belíssimas esplanadas da vila baleeira.

2º dia
De manhã visite o Museu dos Baleeiros, o Forte de Santa Catarina e a antiga Fábrica da Baleia. À tarde faça whale watching numa das muitas empresas da vila. Se quiser partir de outro local, por exemplo da Horta, poderá aproveitar para, no final, sair nas Lajes, pois as baleias aparecem frequentemente neste local do Sul do Pico.



3º dia
De manhã visite o Museu do Vinho, Zona da Paisagem Protegida da Vinha e a Gruta das Torres. De tarde aproveite para tomar banhos de mar nas Lajes ou na Piscina de Santa Cruz.

4º dia
Visita ao Faial: Peça uma merenda na sua residencial. Se, por acaso, não souberam bem o que é, diga para telefonarem aos hotéis do Faial que costumam abastecer os seus clientes quando visitam o Pico, a fim de não consumirem nada na ilha.
No Faial, terra do famoso blogista Geocrusoe, admire a vista para o Pico e beba um gin no Peter. Também pode visitar o vulcão dos Capelinhos e a Caldeira.
Caso não pretenda ir, pode sempre consultar as imagens no blog Rota das Hortências e pedir na sua residencial água tónica, gelo, limão e gin (não do muito caro, para ser à Peter).

5º dia
Visite o resto da ilha, nomeadamente, Sta Cruz, Calheta de Nesquim, Piedade e o Museu da Baleia do Cais do Pico.

6º dia
Visita a S. Jorge: Apanhe o ferry logo de manhã e regresse à tarde. Visite as Velas, Calheta e algumas fajãs.
Em alternativa poderá subir a montanha do Pico.

7º dia
Pequeno-almoço na residencial. Em hora a confirmar localmente, transporte ao aeroporto. Após as formalidades de embarque, partida com destino a Lisboa.

Decerto que muitos lugares me escaparem nesta minha proposta de visita, por isso, desafiamos os blogs lepras: Lajes do Pico, Lepratecoma, Castelete, Lajes esta é a minha terra, e outros, como o Ardemares, Juliana Couto, Fiat Lux, S Mateus, Airpico, JMelo, Porto Novo, (Res)sentimentos, Ilhas do mar, Bordado de murmúrios, etc, e ainda, o Geocrusoe e Na Rota das Hortências, a fazerem os seus percursos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Preservar memórias




Lajes do Pico apresenta um conjunto de casas bonitas. Infelizmente, algumas delas vão desaparecendo.
Quem não se lembra, por exemplo, da linda casa do sr Cavalheirinho, que foi destruída para dar origem ao actual edifício dos CTT?
Foi um pouco de história que se perdeu, da qual restam apenas as nossas memórias.
De cada vez que regresso às Lajes, noto que algo se perdeu: a casa da sra Maria Natália, a bancada de pedra da Rua Nova...

Não quero entrar em polémicas. Apenas desejo contribuir para a valorização de um conjunto de casas da nossa vila, de modo a que os donos sintam orgulho em preservá-las, nos próximos anos.
Obviamente, com o passar dos tempos, surge a necessidade de dar novas utilizações às antigas habitações, não ignoramos.
Ora são acrescentadas casas de banho, marquises, garagens ou mesmo espaços comerciais.
Sabemos que o mundo não pára, contudo, achamos importante manter a traça de alguns destes edifícios.

Assim, convidamos todos os internautas, entendidos ou amadores como eu, a darem as suas opiniões relativamente à pertinência da manutenção destes imóveis.

sábado, 9 de agosto de 2008

Ilhas do triângulo, do quadrado e do pentágono, ou arquipélago do Grupo Central

Clique nas fotos para ampliar

Pico visto de S. Jorge

Ilhas do triângulo: o Pico à esquerda, o Faial ao centro e S. Jorge à direita

Pormenor da costa de S. Jorge

Ao fundo, dá um ar da sua graça... a Graciosa

Ilhéu do Topo e a Terceira ao fundo


O meu desejo abarca as ilhas todas do Mar.
Os continentes, que fastio de desertos povoados!:
Terra, terra, terra
e rios tristes
ansiosos de deixá-la.
Terra - mais alta,
mais baixa,
terra só.
Lonjuras de terra,
horizontes de terra.

(...)

Terra, e mais nada que terra.
Ir de uma terra a outra por terra.
Sem riscos - nem mesmo imaginados.
Sem nenhum sobressalto...

Fiquem os restelos para os secos e pecos
que tiveram medo da navegação
A mim, o Mar!

Pedro da Silveira

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Por que se excluiu a Filarmónica Liberdade Lajense da inauguração do Porto de Recreio de Lajes do Pico?

É consensual: A Direcção Regional da Cultura, ou quem organizou a inauguração do Porto de Recreio de Lajes do Pico, deve um esclarecimento aos lajenses, por não ter convidado a nossa filarmónica a actuar, no passado dia 8 de Junho.

A FLL não é uma banda qualquer para os lajenses. Tem mais de 100 anos de história, bons tocadores, é a banda que ouvimos tocar, ainda no colo das nossas mães, nas festas e na qual participam, ou já participaram, os nossos entes queridos e amigos.

Pode nunca ter chegado a ser uma orquestra sinfónica, mas também nunca maltratou um paso doble, uma marcha e muito menos um hino.
Qualquer outro comentário sobre a sua qualidade musical é de uma enorme ingratidão para com todos os tocadores, que muito honram os lajenses.

Como lajense, orgulho-me da dedicação e espírito de sacrifício de todos os seus sócios, gerentes ou tocadores, que nunca pedem, nem ganham nada, mas dão sempre em troca uma imensa alegria. Enfim, muito ao contrário de outros intervenientes que ficarão associados a esta inauguração.

Reparem, esta não é uma mera questão de animação, pois não nos queixamos da falta de foliões, nomeadamente, na colaboração, sempre prestável, de Carlos César.
Mas, todos os lajenses desejavam ouvir os sons da sua terra nesta ocasião solene, pronto.

Se a ausência da FLL foi uma medida de “quero posso e mando” na ingerência dos órgãos sociais de uma instituição a caminho dos 150 anos, então que nos cuidemos pelo que nos pode advir, nos próximos quatro anos de governo.

Contudo, uma coisa parece óbvia, a FLL serviu de bode expiatório a situações que lhe são totalmente alheias.

Na tentativa de contribuir para o esclarecimento desta questão, Cláudio Lopes (CL), no artigo “ Uma inauguração e peras...” de 19 de Junho de 2008 do jornal “O Dever”, mostra-se surpreendido com o desfecho desta situação.

E avança mesmo com a sua demissão da direcção da FLL, para se demarcar de um comentário anónimo do blog Lajes do Pico, o qual atribui a CL responsabilidades na ausência da FLL, com a desculpa de esta filarmónica não saber tocar o Hino dos Açores.

Consideramos a demissão um acto desproporcionado, senão vejamos: Se algum comentador disser, por exemplo, que CL não defende, convenientemente, os eleitores do Pico que nele depositaram confiança, acaso ele irá demitir-se dos cargos que ocupa?
Eventualmente se demitiu da presidência da CMLP, sempre que surgia um comentário desfavorável? Então por que se demite agora?

E, continuando a ler o artigo, somos surpreendidos com a intenção do nosso ilustre conterrâneo querer processar em tribunal o Gestor do blog, por este ter permitido o referido comentário.

Pasmámos, pois sabemos que muitos blogs declaram não se responsabilizarem pelo teor dos comentários proferidos. Sabemos também que o blog Lajes do Pico, embora com uma orientação política diferente da minha, é responsável e, regra geral, elimina os comentários atentatórios ao bom nome dos cidadãos. Mas, daí a censurar um comentário deste tipo, vai uma grande distância.

Aliás, lendo o referido artigo de “ O Dever” podemos observar afirmações como “Ouvi que houve comida e bebida à fartazana...” e “Ao que me contaram, próprio de quem não gere responsavelmente o dinheiro que é de todos nós...”. Enfim, afirmações baseadas no “ouvi” e “contaram-me” que em nada se distinguem, na forma, do boato referido.

Ora, sabendo que o nosso distinto parlamentar é uma pessoa inteligente, interrogamo-nos se, além de mover em tribunal um processo contra o blog, irá também processar-se, a si mesmo, como fonte de mais dois boatos.

Enfim, lamentavelmente, tanto o Governo Regional como CL, em vez de optarem por fazerem bons trabalhos nos respectivos cargos para que foram eleitos (FLL e Governo), decidiram utilizar, injustamente, a FLL como arma de arremesso, na campanha eleitoral que há muito se iniciou.

E, ao nos calarmos, ou ao fazermos conta de que esta situação não é nada connosco, passamos a ser coniventes com todo este processo.