(...)acho que deviam lutar contra os sentidos da abstenção que ameaça dar sentido à cidadania ou à falta dela.
M Tomás in Ilha Maior de 8 de Agosto de 2008
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O rato Mickey e o pato Donaldo seriam eleitos em muitos círculos eleitorais, se fossem cabeças de lista pelos dois maiores partidos, suspeito. O mesmo não aconteceria se tivéssemos círculos uninominais.
Julgo ser desnecessário afirmar que tenho o máximo respeito e consideração por todos estes personagens. Tanto os de carne e osso, como os de banda desenhada.
Não, não se trata de respeito, estima ou consideração. É outro, o assunto que pretendo aqui tratar.
Gostaria, isso sim, que vivêssemos em plena democracia participativa. Que houvesse uma maior aproximação entre eleitores e eleitos.
Que, sobre a nossa ilha, houvesse uma livre discussão de ideias, incidindo-se na Desertificação Humana, Saúde, Educação, Turismo, Lavoura, Pescas, Cultura, Desporto, Infância, Terceira Idade, etc...
Obviamente, que aqueles que apresentassem as melhores soluções para o Pico, seriam os candidatos naturais a encabeçar as listas de deputados pelo nosso círculo eleitoral. Enfim, seriam os mais aptos para nos representarem no parlamento.
Claro que seria obrigatório, envolver todos os militantes partidários e independentes nesta discussão. A qual culminaria com um escrutínio, dentro dos partidos, no qual se apuraria os candidatos à Assembleia Regional.
Ou seja, escolheríamos os nossos candidatos parlamentares da mesma forma que escolhemos o líder partidário.
Pois achamos que o actual processo de seriação dos candidatos, concentrando a decisão em alguns decanos iluminados, é castrador, pouco transparente e contribui para o afastamento dos eleitores.
Será mesmo um processo contraproducente, pois, suspeito haver uma tendência natural do establishment para valorizar mais a docilidade e subserviência, em vez de uma saudável irreverência.
Na verdade, quando possível, o poder adora rodear-se de idiotas úteis.
Consequentemente, não será de estranhar que nas próximas eleições de Outubro, volte a ganhar o partido da abstenção. O PS ou PSD serão segundas escolhas.
Isto, apesar dos candidatos, do sr presidente, ou mesmo do sr padre, apelarem insistentemente ao voto. Não votar, para alguns, será uma falta de civismo, ou talvez mesmo um pecado.
Mas será chover no molhado, pois como não se promoveu o envolvimento dos cidadãos, será inevitável uma elevada taxa de abstenção em Outubro próximo.
Consequentemente, não será de estranhar que nas próximas eleições de Outubro, volte a ganhar o partido da abstenção. O PS ou PSD serão segundas escolhas.
Isto, apesar dos candidatos, do sr presidente, ou mesmo do sr padre, apelarem insistentemente ao voto. Não votar, para alguns, será uma falta de civismo, ou talvez mesmo um pecado.
Mas será chover no molhado, pois como não se promoveu o envolvimento dos cidadãos, será inevitável uma elevada taxa de abstenção em Outubro próximo.
Contudo, se pensarmos como os mecânicos, que o material tem sempre razão, então talvez estejamos a tempo de evitarmos mais desastres futuros.
Bastará fazer um mea culpa, mudar regras e, logicamente, caminhar para as listas uninominais.
Será uma atitude que envolve algum risco e muita coragem, assim como, responsabilidade, desprendimento e determinação.
Mas a alternativa será continuar a culpar, hipocritamente, a atónita população que muito já deu neste peditório. E sempre pouco recebeu.
Para não nos continuarmos a interrogar, a cada acto eleitoral que passa, se, afinal, os verdadeiros idiotas úteis não serão todos os eleitores, uma vez que, nunca são tidos nem achados neste processo e são chamados, unicamente, a dar o seu aval a escolhas que, provavelmente, nunca teriam efectuado.
Para não nos continuarmos a interrogar, a cada acto eleitoral que passa, se, afinal, os verdadeiros idiotas úteis não serão todos os eleitores, uma vez que, nunca são tidos nem achados neste processo e são chamados, unicamente, a dar o seu aval a escolhas que, provavelmente, nunca teriam efectuado.