terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Que perfil para os representantes do Pico

César já ganhou as eleições, só não sei por quantos votos. E o círculo do Pico já elegeu quatro deputados: dois do PS e dois do PSD. Só não sei quais serão e é sobre eles que eu estou a escrever este post.

Nos seus últimos comentários em jornais e blogs, o sr Rui Pedro, picoense exemplar e detentor de uma elevada participação cívica, acena com alguns dos seus discursos efectuados na Assembleia Regional. O ex-deputado, convínhamos, escreve regularmente na imprensa e nos blogs de uma forma aparentemente livre e equidistante, apesar de pertencer ao aparelho partidário.

O que poderá indiciar estas posições? Que os seus substitutos, eleitos pelo Pico, não estão a cumprir o desejado, pois não são apoiados nestes artigos?
Talvez, talvez... mas também assaltou-nos outra interpretação.

E isto de assaltos, obviamente, nada tem a ver com os que ocorrem nesta quadra festiva. Mais propriamente, o sr Rui constatou que há um vazio político passível de ser preenchido com uma sua recandidatura?

Mas sobre o discurso transcrito (http://lajesdopico.blogs.sapo.pt/), sabe-se que este faz frente ao legado da era Mota Amaral. Convém lembrar que atacar a política do adversário sempre ficou bem e foi da praxe, que o digam todos que por lá passaram. Mas defender os interesses dos eleitores contra a hierarquia partidária, quando necessário, é caso raro no Pico.

É, por isso, essencial que os candidatos a deputados se comprometam com a população antes de serem eleitos. Que expliquem quais as linhas de actuação e de conduta em que se empenharão. Que prometam.

Mas promessas, leva-as o vento, diz o povo. Pois é, mas quem não promete, nada tem a cumprir. Por isso, normalmente não cumpre.
Os dois futuros deputados do PS têm uma grande responsabilidade à sua frente, pois suportarão o governo. E não o contrário, não é o governo que sustentará os dois deputados, como tem sido tradição.


E que perfil devem ter estes deputados?
Deverão ter bons dotes de oratória, deverão escrever lucidamente artigos de opinião, deverão estabelecer contactos regulares com a comunicação social e, sobretudo, fazer lobby nos bastidores.
Um pouco como fazem os quatro deputados do Faial, que parecem ser em maior número que os quatro deputados do Pico.

Só assim tem sido possível o Faial deter o grosso do investimento, como:
Um quartel militar, embora seja sorvedoiro de dinheiros públicos, ainda existe?
Um pólo da Universidade dos Açores, que só lá está por o Faial ter algo de único: o oceano. E as pescas.
Não haverá pesca no Pico? Claro que há, o Pico tem capturas superiores: 4.521 toneladas para o volume da pesca descarregada, contra 2.241 toneladas, em 2007. E quanto ao oceano...
Uma sede da Assembleia Regional, quando a maioria dos deputados é de S. Miguel e da Terceira. Um esbanjamento de viagens e estadias, para não falar do tempo perdido nos aeroportos. Mesmo assim, foi conseguida. E mantida.
Sede de duas Secretarias Regionais, mas os secretários são de outras ilhas. Mas as sedes estão lá.
E prepara-se para aumentar o aeroporto, e nós sem voos decentes.

Enfim, é preciso que os 4 deputados do Pico interiorizem, mesmo que possam não ter muito jeito para a matemática, que representam tanto quanto os 4 deputados do Faial.
E que da matemática não conheçam apenas a equação: 1 mandato + 1 mandato = 1 reforma.

Sei que, liberto destes fardos, o sr Rui poderia ficar na história do Pico. E é sobre essa história que estou a escrever este post.

E eu pergunto, embora inconvenientemente, está disposto a correr o risco?

9 comentários:

Anónimo disse...

Este post é uma palhaçada antidemocrática!

Anónimo disse...

Como em tudo, existem sempre alguns que irão descordar desta opinião... outros a irão fundamentar. Criticar sem fundamentar é que não.
Mas penso que o facto de a assembleia se encontrar no Faial só beneficia os Açores, apesar de, como referiu, do financiamento das passagens aéreas até à ilha dos vários deputados não nos ser muito agradável aos olhos. Concentrar todos os poderes em duas ilhas não seria muito desejável.
A presença do polo universitário no Faial... também poderia ser no Pico, mas que condições oferecia esta ilha há uns anos atrás? Onde estudava a geração anterior à minha? Qual das duas ilhas possuía mais "tradições" estudantis?
Hoje o Pico está diferente, penso eu que para melhor. Agora sim começamos a ter alguns requisitos para o começo da exigência de determinados serviços na ilha. Cada termo no seu lugar, e o Pico tem de lutar pelas e construir primeiro as suas fundições e só depois prosseguir para o resto.
Veremos o que o futuro nos trará. =)

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Já tinha referenciado o Paulo Dinísio Pereira nos comentários da blogosfera. Agora ele entendeu - e bem!- emitir e fazer opinião, provocando o debate ou a controvérsia sobre questões que a todos respeitam, como as que "postou".
Da minha parte, colaborarei, que mais não seja visitando o Basalto Negro, título endémico que se casa bem com a Ilha a que pertencemos.
Força e determinação!

Anónimo disse...

"Este post é uma palhaçada antidemocrática!"
Os deuses devem estar loucos, digo eu!?... Santana Lopes, há uns tempos, dizia que só se era da camada do ozono. Neste mundo cada um diz o que quer e lhe apetece. Está no seu direito de vomitar as baboseiras que entender e pronto!
Que grande lição de democracia acabamos nós de receber deste democrata anónimo, pessoa corajosa, que bota cá para fora o que lhe vai na alma, sem medos e sem hesitações. Força "companheiro" que assim é que é! E o resto, são cantigas...

Anónimo disse...

Rui Pedro Ávila já fez o seu papel!
Lugares aos novos. Gente nova com sangue na guelra é do que o pico precisa!

Anónimo disse...

eu não percebo este texto.
quer o quê?

Paulo Pereira disse...

A livre opinião é um risco. Mas afinal o que não constitui um risco numa vida que se quer digna? Com este post pretendemos demonstrar que os picoenses desejam uma participação cívica activa e responsável.
Não pretendemos tirar ilações absolutas. Contudo elas manifestaram e devem, portanto, ser debatidas. Não fugimos às nossas responsabilidades e cedemos um espaço de discussão, isento.
Mas pretendemos, acima de tudo, dar voz às opiniões murmuradas, muitas vezes sussurradas, no anonimato.
Acreditamos que o cidadão anónimo, injustiçado por força das circunstâncias, é obrigado a manter o silêncio.
Meus amigos, nunca confundam esta falta de oportunidade com a cobardia.
Há uma enorme maioria silenciosa, oprimida, não pela PIDE mas pelo emprego, pela “esperteza saloia”, pela auto censura que anseia manifestar-se.
Quero apenas afirmar que compreendo todos os que participaram anonimamente na votação. Assim como compreendo todos aqueles que não o fizeram mas um dia o farão. Velhos, novos, letrados ou com menos estudos, que dominam o computador ou que se sentem infoexcluídos.
Todos têm aqui um espaço que é vosso e que espero que o aproveitem para a uma livre e consciente expressão.
A todos o meu obrigado.

Anónimo disse...

Não posso estar mais de acordo com algum sentimento de opressão que se instalou nas Lajes e na política em geral. Aqueles que ocupam cargos governativos e que gerem dinheiros públicos parecem não aceitar muito bem que o modo como esses cargos são exercidos seja objecto do escrutínio público.
Já repararam que qualquer pessoa que ouse exprimir abertamente a sua opinião acerca de um badalado caso de "chefias" é violentamente atacado... é isto forma de estar na vida pública? Foi para isto que se consagrou os princípios do 25 de Abril?
Começo agora a perceber que sejam muito poucos aqueles que tenham condições, até psicológicas, para suportar determinado tipo de ataques.
Agora de uma coisa estou certo: aqueles que trouxeram o caso para a opinião pública não estão sozinhos... pelo menos a avaliar pelas opiniões que ouço dos mais variados quadrantes políticos.
Antes de pertencermos a um partido político, devemos agir como cidadãos!

Paulo Pereira disse...

Os futuros deputados da maioria deverão ter um perfil semelhante a:
73 (38%)
Rui Pedro 17 (8%)

Lizuarte 4 (2%)

Hernâni Bettencourt 73 (38%)

Roberto Silva 71 (37%)

Paulino 3 (1%)

Manuel Tomás 18 (9%)

Outro Ps 4 (2%)

Outro independente 8 (4%)