domingo, 17 de fevereiro de 2008

Visita obrigatória não foi visita de campanha... Mas nós gostaríamos que tivesse sido


Lá veio mais uma vez César ao Pico. Por obrigação estatutária, ao que parece.
Longe vão as entusiastas visitas com subida ao cume da montanha. Estas sim.
Não eram visitas obrigatórias. Nem estatutárias. Mas eram mais estimulantes.
A recente visita não foi aproveitada para fins eleitoralistas, isso sobressai nas 30 medidas tomadas. Mas nós até gostávamos que César tivesse aproveitado a visita para fazer campanha.
Que em vez de prometer a asfaltagem de uns metros de estrada aqui e de outros ali, tivesse prometido mais voos para o Pico, a melhoria dos cuidados de saúde, o início do campo de golfe do Mistério da Silveira, da Escola Secundária das Lajes, a instalação dos serviços sociais na casa da “Maricas Tomé”, a instalação de secretarias regionais e direcções regionais no Pico, entre outras.
Enfim, que se tivesse comprometido como faz com as nossas "parceiras de valor", a saber: S. Miguel, Terceira e Faial, que, conjuntamente com o Pico, não necessitam de integrar o grupo das ilhas de coesão.
Mas César, político como é, não prometeu nada de encher o olho. Nem devia...
Pois estas visitas não devem servir para ganhar votos, ou sequer conquistar simpatias. São visitas de trabalho árduo. Da difícil e ingrata tarefa de governar.

Claro que, se César pressentisse que, afinal, não tem dois deputados no papo, a coisa mudaria de feição. Cremos que se esforçaria em encurtar o crónico atraso do Pico, um pouco mais.
É sabido que os deputados do seu partido dificilmente o afrontarão, mesmo em questões sensíveis ao Pico. À semelhança da actuação dos deputados PSD na era Mota Amaral.
Interrogo-me, então, se não seria vantajoso a emersão de uma terceira força política (como bem fazem os corvinos e florentinos) que servisse de charneira aos habitués da assembleia?
Sendo essa força de qualquer cor, como do PP, do BE , PCP ou da ASDI, se esta ainda existisse.
Ou talvez esteja errado na minha análise e ter o mesmo número de deputados que o Faial, nosso "parceiro de valor", já é, em si, uma mais valia.
Ou melhor, permitir que o princípio universal da democracia – um homem, um voto - sendo aplicado na ilha montanha, só por si, sem as implicações que daí advém, é motivo, mais que suficiente, para nos mantermos alegres e contentinhos.
Senhores Neves e César: Sabemos que vão iniciar uma árdua e desgastante batalha eleitoral. Que por essas ilhas fora disputarão votos, casa a casa, rua a rua, ilha a ilha.
Se querem o meu conselho, fiem-se na virgem e poupem-se por aqui.
Não se esforcem em conquistar o Pico com propostas inovadoras, pois nós, a semelhança do passado, lhe garantimos de antemão quatro fiéis seguidores.
Que se fiem na virgem, portanto, e depois não digam que eu vos bem avisei.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr basalto, discordo em absoluto consigo.
Irra, César acabou de vos parir uma trintena de medidas e inda querem mais?
E fala-me vossemecê de propostas inovadoras. Há poucos meses tinham vos prometido uma sala de partos, uns navios ambulância, mais voos directos para a Terceira pela TAP, dispondo depois de ligação, também directa, para Lisboa.
Acaso vossemecê conhece outros açorianos - mesmo incluindo os faialenses que vossemecê teima em bater - com o privilégio de viajar de Airbus dentro dos Açores? Só os picoenses!
Conhece outros privilegiados a quem a TAP não perca bagagem, a não ser nos voos directos Pico - Terceira? Ninguém sai do avião e é só meter gasosa. Tudo p’ra não perder malas e não chatear os irascíveis picarotos.
Sr basalto, deixe-me dizer que o bloco de partos é só o começo. O bloco de partos é uma grande invenção.
Não apenas p’ra nascer no Pico, mas sobretudo no seu sentido lato: o de parir ideias.
Lamento lhe dizer, sr basalto, mas vossemecê está demasiado agarrado à realidade e não percebe o “verdadeiro” alcance das coisas.
O seu,
Patriota d’uns actos

Anónimo disse...

http://picopariselondres.blogspot.com/

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