quarta-feira, 24 de junho de 2009

Procuram-se soluções




O PSD/Açores propôs quinta-feira ao governo regional “a preservação do património material” ligado à travessia do canal entre as ilhas do Pico e do Faial, cujo espólio consiste “nas lanchas de transporte de passageiros, que durante muitos anos sulcaram aquelas águas, tais como a Maria Lígia, a Calheta, a Velas e a Espalamaca, ou os barcos cargueiros de cabotagem como o Rival, o Adamastor, o Manuel José, o barco do calhau, entre outros.

O deputado picaroto Jaime Jorge lamentou por outro lado, que se deixem desaparecer equipamentos que contribuíram para a sobrevivência dos povos destas duas ilhas, assente sobretudo no intercâmbio diário e repetido de bens e pessoas”, sendo que, “e como já aconteceu com o património baleeiro, que se encontrava quase perdido, se criou legislação regional, a bem de uma eficaz e concretizada recuperação”.

Intervindo Lizuarte Machado reconhece que é importante que se faça alguma coisa.
Lembrou que quando estava na Transmaçor ofereceram o Picaroto ao clube naval da Madalena, e a Calheta é propriedade da Câmara da Madalena, estes estão a degradar-se, mas ainda sobra o Manuel José e o Adamastor, sendo importante que todos se envolvam para que se consiga preservar aquele património que é significativo para a história e para um povo.

Notícia retirada daqui

12 comentários:

Anónimo disse...

CARO PAULO..
APRECIO MUITO O TEU BLOG PORQUE TRÁS À BAILA ASSUNTOS MUITO PERTINENTES AOS AÇORES EM GERAL.
AQULE BARCO DO PICO JÁ TODO DEGRADADO NÃO É O MANUEL JOSÉ MAS SIM O SANTO ANTÓNIO DO MONTE O QUE RESTA COM TODA A SUA ORIGINALIDADE ..OS OUTROS FORAM TODOS ADULTERADOS....

Fiat Lux disse...

O que se está a passar com estes barcos só pode ser classificado de crime patrimonial.
A culpa é das Câmaras e do Governo.
Pelo que ouvi falar, um barco (ou lancha) foi dado (a) à Câmara da Madalena.
A Câmara não tem dinheiro para isto mas tem para festarolas (como todas aliás).
E o Governo ? Apoia a recuperação de património como este consoante a cor política das Câmaras?
O que se passou com a fábrica da baleia de S.Vicente Ferreira em S.Miguel é vergonhoso.

P.S. Também já abordei este tema no meu blog. (Com algumas referências à história das embarcações, com base nos livros "Maresias", do Amílcar Quaresma.

http://fiatluxcarpediem.blogspot.com/2008/08/atentado-ao-patrimnio.html

MILHAFRE disse...

Material para uma fogueira de S.João.

Anónimo disse...

Só espero que não deixem apodrecer o Hemimnguay.
Já, assim como se encontra, colocá-lo em lugar condigno, para memória futura. De duas voltas ao mundo. Com o seu Madruga, em cera, a dizer a todos: aqui estou.
Noutras terras, era a primeira coisa a fazer: tem apalavra o clube nautico da Horta.

Anónimo disse...

Mete dó olhar estas imagens. São imagens de degradação, do maior que pode existir. Quando alguém diz que para festas não falta dinheiro, não pode estar mais certo. Eu, no lugar de certos "responsáveis", coraria de vergonha (Mesmo não o sendo, não posso deixar de sentir vergonha!).

João Quaresma disse...

É um triste espectáculo...
Recuperou-se tanta lancha da baleia(e bem!)porque é que não se recuperou a uma única embarcação de cabotagem ou passageiros? a Maria Eugénia que está em Sto Amaro em recuperação para ir para S Miguel, também está parada!

Há monumentos á baleação em S. Roque e nas Lajes, fábricas da Baleia recuperadas, casas dos botes recuperadas, traióis recuperados e até um busto de um baleeiro na Calheta...na Madalena nunca ninguém se lembrou da sua "fronteira" e do seu património e pessoas!

Sérgio Santos disse...

O movimento Pró-voto, movimento apartidário criado por um grupo de alunos da licenciatura em Estudos Europeus e Política Internacional da Universidade dos Açores, vem convidar o(s) autor(es) deste blog e todos aqueles que por aqui passam para estarem presentes no debate subordinado ao tema “Da abstenção ao voto obrigatório”, que se vai realizar na próxima segunda-feira dia 29 de Junho, pelas 9:30 no anfiteatro B da Universidade dos Açores.

Para mais informações, vão a: www.movimento-pro-voto.blogspot.com

Tibério Dinis disse...

Não sei se a minha ideia é possível, mas acho que deviam ser criados incentivos para que a observação de cetácios fossem realizadas nestas embarcações. Estariamos a dar viabilidade económica e a assegura a nossa identidade própria.

Ou então viagens à volta das ilhas. A preservação no pode ser só coloca-los num museu, deve-se dar vida a ele.

Haja Saúde

Anónimo disse...

Dr. Pardal a sua ideia e`GENIAL > Parabens.

Anónimo disse...

Acabo de regressar dum país que se diz desenvolvido e tive ensejo de visitar um Museu, tipo Museu do Mar e lá encontrei um barco que pertenceu a um particular, que o ofereceu em testamento ao Museu e que servia para a apanha do Berbigão. Lá está com direito a visita guiada e tem exposto no exterior toda a sua história, começando pelo seu construtor, passando pelas tripulações (com nomes) e tonelagens arrecadadas e até um mapa com o seu roteiro marítimo de pesca e claro, a foto no mar e sabem quanto paguei para entrar «só» no barquinho aqui referido? 5 euros. Mas valeu a pena, porque vi e li coisas que antes ninguém me tinha dito e a guia era simpatiquissima até dizer chega. Custaria muito ao Governo incrementar um sistema como este e mandar reconstruir um património que faz parte da nossa história recente? Gostaria ainda de um dia entrar na Espalamaca, na Calheta ou no Adamastor, embarcações que utilizei um dia já que a Velas acho que desapareceu, porque nunca mais a vi nem o esqueleto, como é o caso da Calheta, da Espalamaca e do Santo António do Monte, que ainda se aguentam (mal) nas suas quilhas. Houve milhões para se fretar um avião à Sata e pagar as limosines que transportaram os governantes dos Açores que se lembraram de ir passar uma semana a Toronto para comemorar o dia dos Açores fora da Região e presentear os seus servos, facultando-lhes um passeio que nunca, muitos deles antes, nunca tinham tido dinheiro suficiente para o realizar! Critérios ou desmandos? Se fosse em São Miguel as coisas tinham-se passado ou melhor escrevendo, passam-se doutra maneira e nós é que somos bairristas? Com franqueza... Outra coisa ainda, o património não ganha votos e as festanças com os velhinhos dão votos «subornando-os» com guloseimas e com beijinhos e sorrisos. Não será verdade? Pensem seus políticos de cartola...

Anónimo disse...

Estou de acordo com Tibério Dinis, quando deixa no ar a ideia de recuperar as embarcações e, depois, dar-lhes vida. Não na observação de cetáceos, porque não seria essa a sua vocação. Sim em passeios à volta das Ilhas ou mesmo entre algumas Ilhas. Da maneira que as coisas estão é que é vergonhoso. Um Povo que não sabe preservar o seu passado, é um Povo sem Alma e, assim, o futuro será tenebroso.

JGAvila disse...

Já escrevi sobre este assunto, propondo a criação de um museu de transportes marítimos que poderia ficar sedeado em Santo Amaro.
A questão é saber quem custeará esse empreendimento. Dou uma sugestão: em primeiro lugar há que recolher todo o espólio fotográfico existente junto dos particulares. Depois importa que se fotografe e acautele as embarcações existentes sobre a rampa da Madalena.
Mas falta o melhor: associativismo e dinheiro. Importa criar uma associação que tenha como causa a preservação, promoção e divulgação do historial dos transportares marítimos no Canal e inter-ilhas. Essa associação e respectivos projectos deveriam ser apoiados com uma constribuição retirada dos bilhetes de passageiros e carga dos transportes marítimos inter-ilhas. É assim que sucede com os seguros que têm uma percentagem simbólica que reverte a favor dos bombeiros e do ISN. Envolver os cidadãos na sua história, levando-os a promover iniciativas apoiadas pelo estado, região e autarquias, é a única forma de preservarmos a nossa identidade. De contrário, ficaremos ao sabor dos projectos políticos e autárquicos que visam, infelizmente, a perpetuação no poder a troco da satisfação dos interesses temporais dos eleitores.