sexta-feira, 3 de julho de 2009

Procuram-se soluções crediveis para o transporte marítimo: contribuição de L Machado

O relançamento, pelos governos socialistas, do transporte marítimo de passageiros e viaturas inter-ilhas, depois de mais de vinte anos de interregno, foi um acontecimento de grande sucesso que acrescentou à Região a dimensão que o transporte aéreo por si só não lhe dá.

Apenas na fase experimental, com um só navio, as coisas correram bem. Porém, aparentemente, daí não terá sido tirada, infelizmente, nenhuma ilação e, como diz o povo, o que nasce torto tarde ou nunca se endireita.
O erro, disse-o publicamente na altura, assentou basicamente na implementação de um serviço sem um estudo prévio do mercado e das suas potencialidades e, consequentemente, no desconhecimento total da estrutura logística a afectar ao mesmo.

A ignorância nunca é boa conselheira. Avisos não faltaram.

Como mais vale tarde do que nunca e, estando o processo da construção dos novos navios a decorrer com os incidentes que são publicamente conhecidos, ou seja, com um já recusado e outro, aparentemente, em vias disso, espera-se e deseja-se que, mau grado o dinheiro perdido, ao menos o tempo o não seja.

Bom senso e, já agora, alguma competência, que até agora não se viu, são o que se pede e se exige.
Embora correndo o risco de ser brindado com os mimos habituais, porque conheço o mercado e me atrevo a ter pensamento próprio, o que entendo ser virtude e não defeito, penso que, o modelo a implementar não suporta nem sustenta, nunca racionalmente suportou, dois ferries de médio porte.(...)

Em qualquer circunstância, terá que se ter como objectivo que as receitas decorrentes da exploração dos navios afectos ao serviço cubram, na totalidade, os respectivos custos.
A Região necessita, para as ligações inter-grupos, de um, apenas um, ferry de médio porte – 95 a 105 metros e velocidade entre os 23 e 25 nós – com duas classes distintas e camarotes por forma a dar resposta, em simultâneo, à procura turística e à procura, pura, de transporte e de um serviço/horários que correspondam às necessidades globais regionais, com continuidade e segurança e ao qual não se aplique o conceito de day-ferry. (...)

O Expresso do Triângulo cancela, em plena época alta, as ligações com a Terceira e reduz as ligações entre São Jorge, Pico e Faial devido à licença de navegação ter caducado???,
Foto e informação via Política Dura

(...)Para o Grupo Central, é necessário um ferry mais pequeno – cerca de 50 metros e velocidade superior a 20 nós. Este pequeno ferry não só faria as ligações ao ferry do inter-grupos como faria, todo o ano, muitas outras ligações, indispensáveis, intra-grupo e diariamente no triângulo, escalando também os portos da Madalena e da Calheta de S. Jorge”.

Importa ainda ter abertura de espírito suficiente para encarar a possibilidade de serem pensados novos conceitos navais – outra tipologia de navios – e, não esquecendo a urgência da abordagem às soluções para o Grupo Oriental e para o canal Faial/Pico, ainda assumir que os meios actualmente afectos ao Grupo Ocidental, embora alguns recentes, também aí não conseguem dar resposta satisfatória.

Pode ser grave errar mas muito mais grave é não admitir o erro insistindo nele sem ser capaz de, com soluções, continuar em frente.
Leia o texto na ìntegra aqui

2 comentários:

Tiquinho disse...

Soluções credidiveis sim, mas vindas de outras pessoas, é preciso não esquecer que esse senhor queria-nos brindar (residentes do Pico ou antes no Pico)com um barco ambulancia, portanto vindo dele...

Café Puro disse...

Competência é o ponto de base!
A falta dela começa em quem despreza os conhecimentos e saber feito por anos de experiência nos transportes marítimos do grupo central (onde se diga de passagem, continuam a navegar mais passageiros e durante todo o ano)para constituir uma empresa (Atlanticoline) que serve de tacho a um desempregado da marinha, que mesmo ainda antes de SAIR da armada, tinha maior curriculum em eventos sociais do que navais!!!
Se gente assim ocupa os centros de decisão...estão à espera de quê?
Nem com os horários acertam...