domingo, 20 de setembro de 2009

Vamos morrer todos de Gripe A, ou então de outra coisa...

Não há outra volta a dar-lhe, ou morremos todos de gripe A, ou então de outra qualquer maleita. Ninguém é eterno.
Mas, atendendo a que o H1N1 provoca na maioria das pessoas uma infecção benigna, resta ao menos o consolo da possibilidade de morrer de coisa boa.

Não deixa de ser curioso que, com as medidas tomadas este ano, os alunos não terão falta de sabão para lavarem as mãos nas escolas, pela primeira vez .
E até há quem se sinta mais tranquilo, pois, caso fique com gripe, não infectará mais ninguém, uma vez que os médicos obrigam todos os infectados a se curarem antes de irem para o seu local de trabalho. Não deveria ser sempre assim?

Ou ainda por esta gripe ser tratada com um anti-viral de última geração, enquanto que a gripe sazonal continua a ser tratada com simples paracetamol, apesar de apresentar um quadro clínico mais severo.
Enfim, tanto exagero só poderá servir para confirmar a máxima de que cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Sobretudo em ano de eleições.

Contudo, assim que os ânimos serenarem, será bom que todos (incluindo médicos e mass media) reflictam na melhor estratégia de enfrentar os novos surtos infecciosos, pois, o pior que nos pode acontecer será passar a associar as futuras pandemias à fábula de Pedro e o Lobo.

4 comentários:

João Cunha disse...

Para pessoas como eu (asmáticos), tanto a gripe sazonal como a variante h1n1 apresentam um perigo real.

Não penso que seja qualquer alarmismo ter uma garrafa de litro liquido anti-bacteriano em cima da minha secretária, pelo menos é o que digo a mim próprio perante os olhares perplexos dos meus colegas :)

Paulo Pereira disse...

João

Reconheço que este tema é muito polémico, que mais não seja porque morrerão pessoas de gripe A em Portugal.
O que eu pretendia dizer era que devemos sempre tirar lições do passado e evitar seguir modas, para não desacreditarmos todo o processo. Não sei se consegui.
Por exemplo, tem morrido milhares de portugueses todos os anos de gripe sazonal. Só no ano passado terão morrido mais de três mil. Mas continuou-se a mandar os infectados trabalhar sem antes se curarem, o que leva sempre ao aumento de infecções. Conheço casos de amigos meus.
Penso também que se deve melhorar as instalações sanitárias de muitas empresas (incluindo escolas), a fim de melhorar a higienização. E que quem está infectado deve usar máscara.
Por último, seria importante aumentar o número de portugueses que beneficiam anualmente das vacinas da gripe sazonal.
Tudo isto deve ser feito de forma metódica, planeada, e não de forma voluntariosa.

João Cunha disse...

Concordo por inteiro. :)

Valter Medeiros disse...

Por um lado acho que o alarmismo tem sido um bocado exagerado. É uma epidemia, é certo, e há que ter cuidados, mas daí a abrir os noticiários todos os dias com a gripe A, para mim, é exagero.
Por outro lado, claro que há um perigo real, tanto coom esta doença, como com outras e há que estar preparado.
O que me irrita é que em Portugal se preparem mais planos de contigência que planos de prevenção, ou seja, só depois de haver vários casos confirmados é que se começa a pensar em fazer alguma coisa.
Já se ouve falar deste surto há bastante tempo, e era de prever que a época alta do turismo viesse espalhar a doença pelo nosso país (e pelos outros também).
Tomou-se medidas? Poucas ou nenhumas antes de começarem a aparecer casos por cá.
A mentalidade das pessoas também não ajuda, pois o português comum tem por norma pensar "só acontece aos outros" e não toma precauções. Um exemplo disso são os surtos que tem havido na Ribeira Grande (São Miguel) depois de cada festa da freguesia.
Não sou dado a gripes, mas tomo as minhas precauções, pois não quero ficar infectado com esta, nem outra doença, e muito menos infectar ninguém à minha volta.