quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os cruzeiros do nosso (des)contentamento

AFIRMAR OS AÇORES COMO DESTINO DE CRUZEIROS

Analisar possíveis áreas de interesse comum, nomeadamente a entrada dos Açores nas escalas de diversos cruzeiros realizados pela MSC Cruzeiros, uma das maiores empresas europeias do ramo.

Este foi o principal objectivo de uma reunião realizada hoje entre responsáveis daquela empresa e o secretário regional da Economia.

No encontro, que se realizou em Ponta Delgada, Vasco Cordeiro transmitiu ao responsáveis pela MSC Cruzeiros, o trabalho que tem vindo a ser realizado pelo Governo dos Açores no sentido de dotar a Região das infra-estruturas necessárias para que esta se possa afirmar como uma referência no sector.

Disso exemplo, é o Terminal das Portas do Mar, das obras que estão a decorrer na frente marítima da cidade da Horta ou a criação futura de um cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo.

O secretário Regional da Economia inseriu estes investimentos na estratégia que tem vindo a ser desenvolvida para o mar, nomeadamente através da criação de condições para que se possa potenciar os Açores como destino quer para cruzeiros de grande porte, quer com a realização de cruzeiros temáticos no Arquipélago.

In Jornal Diario


Terminais de Cruzeiros: porquê a polémica?

Digo, também, inimaginável porque os Açores nunca foram, não são e nunca serão, em si mesmos, um destino para o turismo de cruzeiros, no sentido em que o termo tem sido utilizado nesta discussão mas, apenas e só, de quando em vez, um mero ponto de passagem.

É certo que temos espaço, privilegiado, para os cruzeiros de natureza efectuados com navios de médio porte e em estreita conjugação com o transporte aéreo.

Os grandes navios de cruzeiros, em regra, só por aqui passam em viagens de posicionamento de início e fim de época e se, nos últimos anos, cresceram em número foi apenas e só porque, com os descontos efectuados nas taxas portuárias, somos nós que estamos a pagar para eles cá virem.

Admito que para eles seja bom negócio. Porém, para a Região não é certamente.

Melhor fora que viessem menos e pagassem.

Não contesto as Portas do Mar, cais acostável, já que, por razões de segurança, era imperioso separar os passageiros da carga e desde sempre defendi que, na Terceira, o tráfego marítimo de passageiros deve ser efectuado a partir de Angra do Heroísmo, fazendo-se para tal as obras necessárias.

Contudo, o que é que ganham ou ganharão os Açores e os açorianos com as sobredimensionadas Portas do Mar, com o terminal norte do porto da Horta ou com um terminal de cruzeiros em Angra do Heroísmo?

Alguns dos melhores destinos mundiais de turismo de cruzeiros não têm e não querem ter terminais acostáveis.

E, o que pensarão aqueles açorianos que nem "porto" têm?

5 comentários:

César João disse...

É um tema que tem de ser analisado com "pinças"!
Na minha opinião,claro está.

artur xavier disse...

"E, o que pensarão aqueles açorianos que nem "porto" têm?"
Poderão pensar o que quizerem que isso pouco, ou nada, aquecerá ou arrefecerá... Nesta, como em tantas outras matérias, os Açores continuarão a desenvolver-se - SEMPRE - em torno das antigas capitais de distrito. Quem diz o contrário?
No entanto, uma palavra de simpatia para o Deputado Lizuarte Machado.

Anónimo disse...

É um tema importante, que merece reflexão.
Muitos locais do mundo devem boa parte do seu desenvolvimento a este tipo de viagens. Desde logo o pequeno comércio, depois a restauração e finalmente o parque hoteleiro. Porque importa não esquecer que as centenas de turistas dos cruzeiros dormem nos barcos e tomam a maioria das refeições também a bordo.
Mas seria óptimo que estas negociações chegassem a bom porto, por razões óbvias, das quais o regressar após uma primeira viagem não é, de todo, a mais displicente.
E neste caso, sem ser em cruzeiro.

Sul do Pico disse...

Pois é ... os Faiais agora tambem querem ter cruzeiros ?!?!?
Já não lhes basta as duas Marinas.
Querem mais e mais e de preferência que o Pico volte a ser como era há 50 anos.
Ganhem juízo, eles e quem manda.

Anónimo disse...

E para quando o porto de passageiros para o Pico?
Nós não queremos nada que se pareça com as Portas do Mar, só queremos embarcar e não termos de andar misturados com empilhadores e contentores e também que não seja necessário sair o navio de contentores para que o de passageiros poça encostar, julgo que não é pedir muito.