domingo, 9 de janeiro de 2011

Sem ligações diretas ao continente será dificil estimular o turismo do Pico

Roberto Soares deixou no final do ano a delegação da secretaria regional da Economia, 15 anos depois de ter assumido o cargo.
Na hora da saída, Roberto Soares faz um balanço positivo ao trabalho desenvolvido e olha com esperança para o futuro.
O ex-delegado da secretaria da Economia acredita na dinâmica empresarial da ilha, mas aponta o turismo como a principal alavanca para projetar o desenvolvimento da ilha do Pico.


Em que sentido deve ser dinamizado o setor e o que falta para que a ilha se assuma como um destino turístico de referência?
Essencialmente a porta e saída de entrada. Sem ligações diretas ao continente será difícil estimular o turismo do Pico. Com o tempo vamos chegar lá. Pode demorar algum tempo e esta crise surge num contexto que não é favorável, mas acredito que o Pico vai ter a dimensão turística que merece. O Governo criou as estruturas que são importantes paragarantir um bom futuro. Se não as tivéssemos seria mais difícil.
O reforço de número de voos é fundamental para o crescimento do setor?
O crescimento do número de voos é imprescindível. A maioria dos estudantes sai e entra pela Horta não sendo uma mais-valia para a nossa ilha. As duas ilhas deviam trabalhar em sintonia e não separadas.
Está na altura de termos, no mínimo, dois voos para o Pico.
Qual a perspetiva enquanto cidadão sobre o investimento realizado no aeroporto do Pico?
Foi uma mais-valia.
Acompanhei este investimento e sempre o considerei de muito importante. O então secretário da Economia, Duarte Ponte, teve uma visão de futuro. Não podemos pensar só no presente. O aeroporto poderá neste momento não ser rentável, mas a porta está aberta para que no futuro possa progredir. Futuramente irão perceber que foi um investimento que valeu a pena. Tenho pena que não tenha existido a mesma perspetiva para o Porto Comercial. Tentou-se minimizar os problemas daquela estrutura, mas continua atrofiada.
É uma obra essencial para o crescimento económico, mas a sua localização poderá criar, sempre, alguns problemas ao seu crescimento. O governo talvez não tenha avançado mais rapidamente na melhoria daquela estrutura porque as dificuldades naquele local são enormes.
Considera que o aeroporto é mais um elefante branco?
Não de modo algum.
Concorda com a posição de que será necessário continuar a aguardar por um aumento da procura para só depois aumentar o número de voos?
Não concordo com essa afirmação. Neste momento já está na altura de se mostrar estatísticas para provar que o Pico merece mais voos e não seria difícil fazê-las. Bastava contabilizar os passageiros do Pico que saem pela Horta, por necessidade, e verificar que, se houvesse mais um voo, eles sairiam pelo Pico. O secretário da Economia, Vasco Cordeiro, está totalmente empenhado para que se aumente o número de voos e se não o faz é porque não tem condições. Confio que a curto prazo esse objetivo será alcançado. A ilha já tem necessidade de receber mais um voo semanal. Como conclusão agradeço a todos aqueles que ao longo destes anos privaram da minha companhia. Sem eles não seria possível realizar o trabalho que realizei. Muito obrigado a todos.

Extracto da entrevista a Roberto Soares da edição de Ilha Maior de 7 de Janeiro de 2011

3 comentários:

Apelo Voto em Branco disse...

Apelo voto em Branco!

Clicar!

Obrigado.

Anónimo disse...

Un homem, com H grande, nunca se vende. Nem por um prato de lentilhas...

Anónimo disse...

já somos oficialmente ilha de coesão! bora festejar?!