quinta-feira, 10 de abril de 2008

Por que precisa o Pico de deputados com perfil Decq Mota ou Paulo Estêvão?

A ilha do Corvo tem cerca de 400 alminhas, assemelha-se em população à freguesia de S. João, da Ribeirinha, ou mesmo da Calheta do Pico.
E ficou de fora do programa 60+. Contudo, o candidato do PPM à Assembleia Regional, estão a ler bem, do PPM, lavrou um enérgico protesto que culminou com a visita de um idoso ao Corvo.
Estamos a falar de Paulo Estêvão que, como demonstra o seu blog, não é homem para baixar os braços ou ficar calado.
É um verdadeiro profissional e, como tal, jogará em qualquer equipa que o contrate. Sinceramente, não vejo onde está o mal, o homem está decidido a defender quem lhe pagará um bom ordenado, ou seja quem o elege.
O drama seria se ele não se esforçasse ou, uma vez eleito, esquecesse os eleitores, passando a venerar apenas quem o tinha colocado em lugar elegível. Esta situação é meramente académica e estamos em crer que nunca terá ocorrido por cá.
Decq Mota, parlamentar de reconhecida qualidade, já foi candidato por S. Miguel e pelo Faial e deu sempre garantias de defender bem quem o elegeu.

O Pico necessita de melhores políticas de saúde (as conclusões das “Políticas de Saúde” do PS dos dias 25 e 26 de Março são um ultraje), dos transportes (a concentração das portas de entrada e saída para o transporte marítimo é uma afronta), da economia (o caso “ilhas de coesão” é lastimável) do ambiente (a ilha com maior área protegida deveria ser sede da Secretaria Regional do Ambiente), do turismo (não se dá prioridade à resolução do imbróglio do campo de golfe do Pico), na educação (o parque escolar está longe de estar completo), na agricultura (nunca houve uma política de valorização dos nossos produtos), nas pescas (a frota e a formação dos nossos pescadores são desadequadas).

Tal como faz aos corvinos, o poder regional trata os picoenses pela cartilha salazarista dos distritos. Ou seja, investe, claramente, em S. Miguel, Terceira e Faial, esperando que as restantes ilhas prestem vassalagem às suas ex- capitais.

Perante esta situação, surgem duas atitudes distintas.
Uma, a dos deputados da maioria, dá a entender que tudo está bem. Que os nossos problemas foram previamente detectados pelo governo e que também serão, a seu tempo, solucionados pelo mesmo.
Mas então, pergunta-se, qual a utilidade destes “intermediários”? Serão estes elementos dispensáveis, ou mesmo substituíveis, pelos gabinetes de imprensa do poder?
Não deveriam os deputados levantar questões, mover influências e ser, por vezes, inconvenientes?

Outra atitude parece ter o PSD do Pico. A de contestação, mas sem propor alternativas, ou de se pronunciar sobre a necessidade de uma maternidade no Pico, ou de uma secretaria regional na ilha. Será que o PSD Pico é suficientemente autónomo, ou tem suficiente autoridade para afrontar o eleitorado faialense da mesma área partidária, com estas propostas?

Se a minha análise está correcta, então deveríamos ver com bons olhos a emergência de uma terceira força política no Pico (PP, PCP, BE ou PPM) que viesse agitar o “pataca a mim, pataca a ti” dos partidos do “centrão”. Pois desde 74 que somos governados, ora por um, ora por outro e o desenvolvimento do Pico foi sempre adiado.

Penso que o Pico precisa de deputados reivindicativos e que as ideologias já não interessam.
Desejamos que o intenso trabalho que os srs deputados realizam na Assembleia seja traduzido em obra e que tenha consequência.
Para que não se pense que este trabalho só é proveitoso para os intervenientes se aquecerem nos frios dias de Inverno.

5 comentários:

Anónimo disse...

Lá está o senhor novamente com a questao da secretaria regional do ambinete e do mar se localizar na ilha do Pico...tenha dó de quem raciocina....faz algum sentido???
Para que uma ilha acolha uma secretaria, é necessário um conjunto de condições nomeadamente localizar-se num centro dito "urbano",com um aglomerado populacional maior e um número de serviços inerentes.
Cumprimentos

Anónimo disse...

"Em momentos de crise, a imaginação é mais importante que o conhecimento" - Albert Einstein

Carlos Faria disse...

Paulo tenho recusado interferir em discussões e não vou entrar nesse campo, mas dá-me a impressão que o mal se está a alastrar e porque julgo que também consegues reflectir no que vou dizer, ficam aqui algumas dicas:
A área classificada do Pico com maior reconhecimento internacional é a da cultura da vinha, património mundial, por motivos sobretudo culturais, resultantes do equilíbrio alcançado entre a necessidade do homem e as condicionantes físicas do terreno.
O Pico tem tido bons escritores e agentes de cultura.
Nos Açores, a cultura nunca chegou ao estatuto de Secretaria Regional ou mesmo Sub-secretaria.
Porque motivo se há-de mexer com estruturas existentes e implantadas no terreno, com todos os graves impactes sociais para os seus funcionários, se é possível criar uma nova, sem prejudicar ninguém e implantá-la no Pico?
Reforçar o peso político do Pico, sem reduzir o de nenhuma ilha do triângulo, toda esta área geográfica ficava a ganhar e ninguem saía prejudicado.
Não tens de responder, apenas de pensar que uma reivindicação não tem de ser contra ninguém, eu pelo menos penso assim e sou um grande defensor do Trângulo e de todas as suas ilhas. Penso que já dei provas disto.

Desambientado disse...

O PIco precisa de lideranças, à semelhança de todas as restantes ilhas açorianas, porque a cidadania e participação cívica é diminuta. A democracia existe quando existe participação independentemente de se ser de direita ou esquerda, até porque essa divisão já não existe. o que existem são pessoas com ou sem vontade de alterar as coisas que não estão bem.

Caguei te Mariano disse...

Amigo Artur, ja alguma vez pensaste em ser deputado do Pico..? Como dizes e bem, "a imaginaçao é mais importante que o conhecimento..." e como vcs têm a imaginaçao muito fertil, para compensar a falta nos vossos rochedos, isso é como o ditado indica, "em terra de cegos, quem tem olho é rei..." ainda ias parar á presidencia da republica... Ja viste o que poderias fazer pela tua ilha..? Mas quem pensa em chegar á presidencia tambem consegue imaginar o Pico sem Ventos e sem silvados... Ainda metias um Porta avioes ao largo do Pico e transportes maritimos de la para o cais...