quinta-feira, 5 de junho de 2008

O que diz Daniel de Sá

(...)Há alguns meses, Carlos César anunciou a intenção de recuperar a maternidade no Pico. Que ecos se ouviram dessa notícia que foi das que mais feliz me fizeram nos últimos tempos?

Praticamente nada.

Apenas um representante de um partido da oposição se mostrou contrário à ideia por a considerar demasiado dispendiosa... No entanto, há coisas sem preço, como a já dita dignidade humana.


E uma maternidade nem precisa de estar aberta vinte e quatro horas por dia, nem sequer ter pessoal residente. Bastaria que a equipa médica e de enfermagem se deslocasse ao Pico quando solicitada.


Porque, se não é aconselhável uma senhora viajar nas derradeiras semanas de gravidez, não é uma boa medida que isso continue a acontecer nos Açores.


Em vários países está a recuperar-se até o conceito de nascer em casa. E só em caso de complicação se recorre aos hospitais ou maternidades.Há custos que valem a pena. E são esses por que é preciso optar, numa época em que em parte se gere o Estado como uma empresa. A vida está sempre primeiro.

In http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=1760&tipo=col

2 comentários:

Café Puro disse...

A saúde não deve servir de arma política...por isso critico quem por populismo vai de encontro ao legítimo desejo das gentes do pico e quem critica apenas pelo impacto económico.
A verdadeira questão está na qualidade.
Uma maternidade para funcionar precisa estar integrada num ambiente hospitalar...pelo menos ter um bloco operatório para as cesarianas de emergência, partos normais convertidos em cesarianas por problemas durante o trabalho de parto ou complicações peri natais.
Para haver assistência competente nestas situações emergentes, é preciso haver anestesistas, pediatras, cirurgiões...para além de obstetras óbviamente.
Portanto, a não ser que se queira por em risco parturientes e fetos, o que é preciso para o Pico não é uma maternidade...é um hospital com estas valências.
Quem diz que vai abrir uma maternidade no Pico, ou é irresponsável ou não sabe o que diz

Anónimo disse...

César é homem de palavra e o que prometeu irá cumprir. Obviamente que serão necessárias mais valências que, a seu tempo, irão ser implementadas no novo Centro de Saúde do Pico.
Tudo isto para desconforto da “tal” oposição, para quem um bloco de partos devidamente apetrechado é sempre pouco. Mesmo que se transferisse o Santa Maria para o Pico, seria sempre pouco...
Enfim, a desculpa de quem acusou o toque, não fez nada enquanto podia e não quer que os outros façam, pois ainda se sentiriam mais isolados na ilha.
É que o Pico tem distinguido muitos. Que depois retribuem, roubando a mão que lhes dá de comer.