sábado, 18 de julho de 2009

Singularidades do índio macaronésio

Nunca bajulámos ninguém e, talvez por isso, sempre fomos mal queridos.(...)
Quantos tachos se criaram e quantos jeitos se deram a pessoas que nos olhavam com sobranceria e, que depois, com nova roupagem, continuaram a olhar-nos, mas, desta vez, com desrespeito, utilizando um cínico sorriso?
Falar verdade custa!? De S. M. Em o Dever de 2 de Julho de 2009


Existe, muito para além das ilhas da Polinésia, mais precisamente ao dobro da distância destes nossos antípodas, uma tribo exótica e fascinante.
Esta tribo de índios macaronésios, muito procurada por antropólogos de todo o mundo para os seus estudos, está a perder séculos de cultura e tradições, devido à influência do homem branco do norte da Europa.

Neste nefasto processo de aculturação, alguns nativos parecem estar a abandonar as suas ocupações ancestrais, tais como o cultivo da terra e a pesca e, mais grave ainda, os seus valores genuínos.

Há quem diga que os atributos de humildade, honestidade, franqueza e sabedoria, que outrora distinguiam os verdadeiros índios macaronésios, já não são tão evidentes nos dias de hoje.

Uma das causas apontadas é o consumo desenfreado de séries televisivas que chegam ininterruptamente a esta longínqua tribo do fim do mundo.
Ou do princípio do mundo, se preferirem, uma vez que a Terra é redonda e quem muito se afasta do seu cantinho, acaba por dar a grande volta e deparar-se com o seu umbigo.

Assim, uma minoria de macaronésios - não a maioria, entenda-se - tende a reproduzir os papéis egocêntricos dos herois/vilões da tv. Estas personagens de outras culturas raramente olham a meios para atingir fins.
Verticalizam-se, então, as relações sociais, através da bajulação de quem se necessita e da dispensa dos outros, com um “podes ir p’ró c.... que eu não preciso de ti.”
Outra particularidade deste fenómeno recente pode ser entendida através de uma partida que o novo índio gosta de pregar ao incauto visitante, na qual faz de distraído enquanto o visitante passa, para depois, quando este vai longe, bradar que já não é cumprimentado.

Ou então nos trejeitos, momices e outras pantominices que o novo índio gosta de fazer nas costas dos seus emigrantes, a quem estranhamente chama de insectos arrolados pelo calor da estação.
Se os visados se apercebem, logo disfarça num qualquer outro gesto de ocasião.

Também culpa os veraneantes por alguma tempestade ou sismo que entretanto ocorra.
Não é que estes indígenas acreditem nisto, ou que não gostem de ser visitados, mas pensa-se que poderá ser a sua maneira de estabelecer comunicação. Quem sabe?

Esperemos contudo, que estes comportamentos desajustados que são evidenciados por uma minoria, repito, uma minoria de índios macaronésios, não se alastre à restante população.

Porque, embora os visitantes possam ser de uma tribo diferente da dos visitados, não deixam de ser, contudo, membros da única tribo HUMANA.

Que mais não seja porque, quem quer ter o turismo como fonte de rendimento e tem uma centelha de inteligência, trata os seus semelhantes educadamente.

1 comentário:

Elvira disse...

Antes de me tornar uma habitante do arquipélago, fui muitas vezes turista nos Açores. Com toda a sinceridade, senti-me sempre bem recebida. Ao ponto de querer mudar-me para cá. :-)