quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Um debate adiado?

A inclusão de António Preto nas listas do PSD vem contribuir para o aumento de ruído na próxima campanha eleitoral.

Temo que se relegue o essencial para segundo plano, mais propriamente, como tornar a justiça célere, a educação eficiente, o desemprego residual, a saúde com mais qualidade e a produção de bens mais competitiva, de modo a nos aproximarmos dos nossos parceiros comunitários.

É urgente um debate eleitoral que aponte soluções para o mal difuso judicial, pondo termo às intermináveis suspeições, quase sempre inconclusivas e com violações cirúrgicas do segredo de justiça pelo meio, que indiferenciam justos e inocentes.

Os casos Universidade Moderna, António Preto e Helena Lopes, BPN, assim como os casos, licenciatura, projectos da Guarda, Freeport, apartamento Heron Castilho, poderão enlamear os visados, muito por culpa das suas organizações partidárias, frequentemente no poder, não terem sabido, ou querido, reformar a justiça.

Assim, o tema da honorabilidade dos candidatos, que há muito deveria estar resolvido – lembro que o caso António Preto já leva 7 anos e o caso Freeport já era conhecido na anterior legislatura, passará, inevitavelmente, de acessório a central.

E então o eleitor é chamado a apreciar não só as propostas dos candidatos, mas também a julgar sua honradez.
No fundo, terá de calcular o rácio honestidade/programas, à semelhança dos eleitores de um antigo prefeito e governador de São Paulo que teve como slogan de campanha "Roubo mas faço".
No extremo oposto, o eleitor terá de calcular as vantagens de um candidato honesto mas pouco dinâmico que poderia ter como lema o “Ruim por ruim vota em mim”.

Enfim, mais ou menos explícitas, haverá solicitações para todos os gostos, não podendo o eleitor lamentar-se da falta de alternativas.

E lá uma vez mais o essencial não será debatido nem referendado, incentivando-se com isto a ineficiência e a continuação do saque do nosso país pelas associações corporativas e lobbies.

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