domingo, 10 de janeiro de 2010

10.000.000.000 euros/ano


Dez mil milhões de euros/ano. Um número redondo, fácil de reter.

É quanto, entre aumento de receitas e diminuição de despesas, o Estado Português tem de reduzir o seu défice anual. Não para o anular mas para o trazer para os 3% do PIB.

Mil euros por português/ano, em média.

Pode fazê-lo de vários modos: subir a taxa máxima do IVA para 35% (e as outras proporcionalmente);

subir a taxa máxima de IRS para 87% (e as outras proporcionalmente);

reduzir em 47% os salários da função pública;

privatizar 35% dos serviços públicos.

Pode também proceder a qualquer combinação destas e de outras medidas, em doses variáveis: por exemplo, reduzir para metade o investimento público, fixar a taxa máxima de IVA em 23%, fixar a taxa máxima de IRS em 52%, privatizar ou encerrar 7,5% dos serviços, reduzir em 10% os salários dos restantes funcionários públicos.

A escolha da solução é política.

Menos despesa? Mais impostos? E, neste caso, mais IVA, ou mais IRS? Tributar juros reais e ganhos reais de capital?

Em qualquer caso, tudo junto, tem de chegar a 10.000.000.000 €/ano.
Acredito pouco em soluções gradualistas, que correm o risco de prolongar a agonia.

Como em 1983/84, prefiro que o problema seja resolvido de uma vez; e que, a partir de então, tudo comece a melhorar.

Texto publicado na edição do Expresso de 19 de Dezembro de 2009

6 comentários:

Anónimo disse...

Isso é muito dinheiro e o Bessa como só sabe pensar em dinheiro, debita a cassete da classe: é impossível não baixar impostos! Até o Ministério da Justiça tinha milhões mal governados. O que é preciso é que o Bessa e a trupe do Bessa percebam que nós só precisamos de limpar a ladroagem que se apoderou do Estado.

Carlos Faria disse...

Pensas mesmo que se conseguissem de repente os 10.000.000.000€, a coisa não ia começar logo a derrapar no dia seguinte e voltaríamos ao mesmo?

artur xavier disse...

Alguém já reparou para onde vão os boys (E as girls) depois de saírem do governo? Pensava eu que voltariam aos locais de trabalho de origem. É o voltas!... Com tanto compadrio e tanta sem vergonhice não há País que resista. Definitivamente!

Anónimo disse...

Confidence in Italy, Spain, Ireland, Portugal, and Greece is rapidly evaporating, while the stronger economies in northern Europe are doing better, although they are struggling too. Should this continue, perhaps bringing a de facto end to the Maastricht criteria and rising national protectionism in the form of industrial subsidies, the euro will be seriously jeopardised. It is easy to imagine what the euro's failure would mean for the EU as a whole: a disaster of historic proportions.

João Cunha disse...

O primeiro passo vai ser dado com a diminuição da despesa pública com a função pública.

O aumento no vencimento do funcionário publico típico irá ser ridículo... mas enfim, desde que sejam possível à TAP renovar a frota automóvel executiva a cada dois anos, que os pilotos de uma empresa publica vejam os seus ordenados aumentados em 1000€ ou os administradores da GALP tenham os seus bonus de desempenho à custa do constante aumento do preço dos combustíveis...

Anónimo disse...

Aumentos dos reformados para quê?
Sabem que foi aumentado este mes e que acabo por receber menos trinta e tal euros do que recebia? Mas foi aumentado, sim senhor, e isto para as estatisticas é que conta.
Na realidade o estado não aumentou os impostos, mas com este aumento acabou por receber mais de IRS. E esta, Eih!