
Na verdade, a estupidez estará em permitir que Carlos César e Ferreira Leite decidam, levianamente, quais os candidatos que irão tratar das questões que nos dizem respeito. E não o inverso.
Continuando na onda, é também estúpido pensar que tudo isto se resolve com umas penalizações nos impostos, ou coimas, para quem entender não cumprir o seu dever cívico. Afinal estamos a falar de civismo ou de meras obrigações legais?
Penso que este assunto é bem mais complexo e que não será resolvido apenas por decreto.
Então o que fazer para evitar que a abstenção asfixie a nossa democracia?
Então o que fazer para evitar que a abstenção asfixie a nossa democracia?
Não se trata de inventar a roda, pois há muito que a imprensa divulga medidas simples que poderão atenuar este flagelo.
Estou a referir-me à necessidade das eleições se efectuarem em dois dias, por exemplo, numa 6ª Fª e num Sábado, em vez de um Domingo, pois há pessoas que não estão para de se dirigirem à secção de voto neste dia.
Estou a referir-me à necessidade das eleições se efectuarem em dois dias, por exemplo, numa 6ª Fª e num Sábado, em vez de um Domingo, pois há pessoas que não estão para de se dirigirem à secção de voto neste dia.
Será preferível, também, introduzir o voto electrónico, muito útil para quem está a viajar, estudar ou trabalhar fora da sua ilha. Ou mesmo para quem não pode ir à secção de voto.
Mas o essencial, meus amigos, passará pela selecção de candidatos que demonstrem, continuadamente, mérito, credibilidade e competência para os assuntos europeus, e cujo processo de selecção ocorreu de forma participativa e transparente, dentro de cada partido.
Colocar os pára-quedistas, Patrão Neves e Luís Paulo, com reconhecidos méritos apenas nas respectivas áreas, a ensaiarem papeis europeus na véspera deste importante evento, retira relevância ao mesmo.
Claro que o povo também gosta que se discutam os assuntos europeus de forma séria e realista (quotas, ZEE, formação, ambiente, etc) e tem uma natural aversão aos actores da chincana política, que só sobrevivem do imediatismo e não trazem soluções aos nossos problemas crónicos.
Mas aqui, as soluções serão mais difíceis de encontrar, uma vez que esta limitação parece estar inscrita no código genético dos intervenientes.
Centremo-nos primeiro nas anteriores propostas de combate à abstenção.
4 comentários:
Sobre o assunto nada digo, ou digo tudo sem nada dizer.Agradeço sua visita em meu blog e as palavras que por lá deixou.Basalto negro"o nome aqui do blog" deixa-me a pensar que é aqui da ilha.Será?
Da educação também, já encontrei por aqui alguém que deu aulas a uma das minhas filhas, o mundo é mesmo pequeno.Continuação de boa noite
De certa forma, percebe-se a razão de ser de tanta abstenção. Depositaram-se tantas esperanças nesta maioria e, uma vez mais, foi o que se viu. A "crise" internacional não explica nem desculpa tudo. Embora os portugueses tenham sido chamados a pronunciar-se para e sobre o Parlamento Europeu, a chamada de atenção ao Governo ficou bem evidente nestas eleições. Salvo duas ou três excepções, esta equipa é de uma mediocridade absoluta. No entanto, convém lembrar (Nestas coisas da memória, somos possuídores de sérias deficiências...) que durante meio século, o direito a nos pronunciar-mos, foi aquilo que se viu! Seria muito bom, não esquecer.
Podermos votar a partir de qualquer ponto do País já era um passo bastante à frente no combate à abstenção. Acho que seria muito mais eficaz do que mudar de dia, sobretudo nos Açores, onde "anda sempre alguém por fora", como já rezava a música dos Rio Grande. Só a percentagem de estudantes que não pode votar porque está fora, já fazia diferença. Fora todos os outros que nunca mudaram a residência, muito por causa das passagens provavelmente...
Que sabem os portugueses do projecto europeu?
Do parlamento europeu?
Da Constituição europeia?
Do "Tratado de Lisboa"?
Das "famílias" políticas em presença?
Resposta comum : pouco ou nada.
Acresce que existe a convicção profunda que ser Deputado Europeu é um enorme "tacho", bem pago e com pouco trabalho.
Pouco importa se o candidato é A ou B.
O importante era explicar às pessoas do que se trata.
Mas para isso, não bastam as campanhas...repletas de demagogia balofa.
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