quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os melhores pessimistas

Foto retirada da net

Portugal está na cauda da Europa em muitos indicadores económicos e sociais, mas há um onde estamos seguramente entre os primeiros: na qualidade dos nossos pessimistas.

Na verdade, todos temos de reconhecer que os nossos pessimistas são do melhor que há no mundo.

Um pessimista português é uma autoridade: quando fala sobre o país não fica pedra sobre pedra. Não há passado que nos salve, presente que se veja e futuro que nos acalente.

É claro que os nossos pessimistas nos poderiam dar sugestões de como sairmos desta apagada e vil tristeza.

Mas nessa não caem eles.

Pessimista que se preza demonstra que isto está péssimo - mas acrescenta que não há salvação.

Vem isto a propósito da recente entrevista de António Barreto ao "i", cujo título é desde logo arrasador: "Portugal está à beira da irrelevância, talvez do desaparecimento".

A entrevista não é, contudo, tão negativa. Mas o recado está dado.

Ora eu não cometo a injustiça de equiparar as críticas de António Barreto às de Medina Carreira ou de Vasco Pulido Valente, cujas profecias, se se cumprissem, deveriam ter conduzido já há muito à extinção de Portugal e dos portugueses.

Com efeito, há três anos assisti a uma conferência onde Barreto traçou a evolução da sociedade portuguesa desde 1974, onde começou logo por afirmar que "o sentido de mudança dos primeiros 20/30 anos deste período foi sempre de progresso e no sentido positivo".

Ora quais foram, segundo Barreto, as mais notáveis mudanças na sociedade portuguesa neste período? Elencou vinte pontos. (...)

1 comentário:

Jordão disse...

Eles fartam-se de ganhar rios de dinheiro com essas conferências, comentários na TV e milhentos livros!